domingo, 4 de agosto de 2013

Conhecendo um pouco mais sobre a costa Potiguar

Essa viajem ocorreu em Novembro de 2011, poucas semanas após a aula de Campo de Hidrologia para o Açude Castanhão. Segundo o roteiro da professora de Pedologia, nos iriamos conhecer as dunas e falésias de São Cristóvão, Ponta do Mel em seguida para Ponta Grossa e Porto Mangue.


Mossoró para São Cristóvão - Areia Branca

Demoramos cerca de 1 hora e meia para chegar em São Cristóvão e a primeira coisa que podemos ver é uma grande formação rochosa esculpida pelos ventos durante milhões de anos. 



Proteção muito precária

Há uma estrada que leva para o topo dessa montanha, lá existem 3 cruzes (que até agora não sei o significado) e uma pequena floresta de cactos.
Depois seguimos para as falésias. Corredores semelhantes ao Grand Cannion podem ser atravessados, mais cuidado, não façam como o meu grupo e saiam entrando descuidadosamente vocês podem acabar esbarrando em um enxame de abelhas.


Falésias
Seguindo a estrada de paralelepípedo que fica ao lado você chegará as dunas, recomendo um boné e um óculos de sol!

Mas o que são falésias? 
Fonte: Mundo Estrando - O que são falésias? 

São paredões íngremes encontrados no litoral de quase todo o mundo, desenhados pela ação do mar nos últimos 180 milhões de anos. Elas aparecem pela ação da erosão marítima nos intervalos entre as eras glaciais, quando o nível dos oceanos pode subir ate 12 metros. Nessas ocasiões, a agua avança sobre os continentes e desgasta os terrenos mais próximos a costa. "Quando o mar encontra regiões baixas, a ação da água na terra firme geralmente forma as praias do litoral. Quando ela esbarra em áreas mais altas, de planalto, a erosão concentra-se na parte inferior do terreno, produzindo as falésias", diz o geólogo George Satander Sá Freire, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No Brasil, as falésias surgem em vários pontos do litoral, alcançando mais de 20 metros de altura. A aparência dos paredões varia de acordo com o tipo de rocha que o mar esculpiu.





Dunas do Rosado

Segundo maior parque de dunas do Brasil. Ficando atrás somente dos Lençóis Maranhenses.

As dunas do Rosado localizam-se na Praia do Rosado, pertencentes ao municio de Porto do Mangue, a aproximadamente 10 km de Ponta do Mel.

Foto de: George Hamilton Paes Barreto

sábado, 3 de agosto de 2013

Açude Castanhão (CE)

História do Açude Castanhão...

O Açude Castanhão é um açude brasileiro construído sobre o leito do rio Jaguaribe, no estado do Ceará. Concluído em 2003, sua barragem fica localizada no município de Alto Santo, no Ceará. Constitui importante reserva estratégica de água. A barragem está localizada em Jaguaribara, embora atinja outros municípios  É utilizado para irrigação, abastecimento urbano, psicultura e regularização da vazão do Rio Jaguaribe.



Imagem retirada do site: forquilhaontemhojeesempre.blogspot.com

Durante a construção do açude foi necessário remover a antiga sede do município de Jaguaribara, que ficou sob as águas. Em substituição á cidade submersa, foi construída a cidade de Nova Jaguaribara.

O açude do Castanhão compreende os limites geográficos de pelo menos 4 municípios cearenses: Jaguaribara (Nova Jaguaribara), Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribe, dadas as suas grandes dimensões.


Créditos na imagem

A capacidade de armazenamento do Castanhão é de 6.700.000.000 m³. Sozinho, ele tem 37% de toda a capacidade de armazenamento dos 8.000 reservatorios cearences.

Fonte: Wikipedia (Açude Castanhão)

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A visitação para o Açude do Castanhão foi um complemento para as aulas de Hidrologia e Recursos Hídricos e como é localizado no estado vizinho não tivemos problemas com tempo e transporte. Cerca de 2 horas e 30 minutos depois da saída de Mossoró havíamos chegado no Açude.

Imagem retirada do Google Maps. Caminho percorrido (em roxo) de 
Mossoró (ponto A) ao Açude Castanhão (ponto B)

Açude Castanhão

Fomos guiados por um guia (que também era professor) para uma casa, que na verdade era um local para exposição de fotos do local antes e depois da criação do açude, dentro de aquários pode-se ver a diversidade de peixes que podem ser encontrados naquelas águas e uma imensa maquete mostrando a extensão do açude (claro, em escala reduzida). 


 Peixes encontrados no Açude Castanhão

Ao mesmo tempo em que via-mos as fotos o guia nos explicava que antigamente existia uma cidade onde agora se encontram milhões de litros d´agua. Essa cidade era o antigo municipio de Jaguaribara e que foi transferido para partes mais altas e afastadas de onde ocorreria a inundação, recebendo o nome de Nova Jaguaribara. 

Segundo esse guia, em tempo de seca e grande diminuição do nível da água é possível visualizar postes elétricos entre outras construções altas que restaram da antiga cidade.  

Postes de iluminação pública indicam onde ficavas as ruas

Segundo algumas fontes de antigos moradores encontradas em jornais e revistas esse processo 
de remoção da população para a criação do açude foi algo rápido e sem fiscalização e regulamentos, proporcionando o afogamento de muitos animais e desalojamento inapropriado de moradores, como mostra o seguinte comentário: 


"Alguns dias antes da remoção completa da população estive na cidade antiga (já em ruínas  e na nova, projetada,; os dois cenários eram desoladores. Há informações que os índices de suicídio são altos. As autoridades não falam, mas o processo foi concluído ás pressas devido a uma grande chuva que ocorreu na região, fazendo com que as águas subissem muito rapidamente. Há relatos de que pelo menos 35.000 animais tenham ficado submersos. Em 2011 voltei a cidade; a tristeza ainda ronda por todos os recantos da região."
[Janete Melo]


Monumento a Tristão Gonçalves, onde o revolucionário da Confederação do Equador morreu, estava embaixo d´agua e aparece acima em dois momentos: 
antes da inundação e atualmente - 27/04/2013
(Foto: Gabriela Alves/G1)


Documentáriosreportagens  livros, artigos, há uma vasta literatura sobre a historia da Velha Jaguaribara. Porem, o que há de mais preciso, as pessoas carregam em suas memoria e em seus corações. Sentimentos que jamais poderão ser descritos com tamanha intensidade. Só quem viveu e viu toda a história acontecer sabe o quanto é importante preservar a memoria do lugar para manter a identidade dos novos moradores.
[Diário do Nordeste]


Fazer esse tipo de coisa em um curto prazo de tempo não é o correto. Animais precisam ser capturados e colocados em um novo local; pessoas precisam ser desalojadas com segurança e sem pressão, ali é a antiga moradia deles, existe uma história de muitos anos para ser deixada para trás inclusive os corpos de seus entes queridos já falecidos e como será transformada em um local de navegação de pequenas embarcações é preciso que sejam removidas árvores, construções entre outras coisas para não haver prejuízos futuros. 

Ideias não faltam, e sim sobram!... O que falta é planejamento e pensar no bem alheio!!!

Mina Brejuí e Barragem de Gargalheiras

Um pouco sobre a história do local...



A Mina Brejuí está localizada no município de Currais Novos, em região de clima Semi-Árido, com dias quentes e noites agradáveis. Considerada a maior mina de Scheelita da América do Sul, a Mina Brejuí iniciou a exploração de suas atividades em 1943, data da descoberta do minério em nosso município. Somente em 1954, a Mina Brejuí foi constituída empresa com o nome de Mineração Tomaz Salustino S/A, sendo concessionário o Desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo.


A mineração em Currais Novos teve o seu apogeu em plena Segunda Guerra Mundial, fornecendo toneladas de minérios às indústrias do aço. Durante esse período, o progresso da sociedade se fez notar através da construção do Tungstênio Hotel, cinema, posto de puericultura, emissora de rádio, estádio de futebol, campo de pouso, colégios, hospital e casa do idoso.

A partir dos anos 80, do século XX, inicia-se o declínio da mineração em consequência da oscilação dos preços internacionais da Scheelita e da utilização de outros minérios para a fabricação de artefatos industriais e tecnológicos, levando a Mina Brejuí a reduzir suas atividades de extração mineral e buscar novas alternativas econômicas.


Atualmente, as minerações do município de Currais Novos estão voltando às suas atividades minerais paralisadas, parcialmente, desde o final da década de 90. Já são mais de 300 empregos gerados até o momento.

Além da volta das atividades minerais, a Mina Brejuí tornou-se nos últimos anos o maior parque temático do Rio Grande do Norte, sendo visitada diariamente por turistas e estudantes vindos de toda parte do Brasil e do Exterior. Mais de 20 mil turistas nos últimos anos. 


Fonte: http://www.minabrejui.com.br/

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Assim como nas aulas de Zoologia, as aulas de Pedologia não poderiam ser 100% se não tivessem algo relacionadas com o contato real do assunto abordado durante as aulas.

O inicio da viajem para a Miná de Brejuí não foi um dos melhores (pelo menos pra mim) e um pouco traumatizante, pra ser sincera. As 6 horas da manhã , quase no fim do caminho para pegar carona com a professora eu fui assaltada, que sorte hein, tô brincando, tive sorte mesmo, o cara só roubou meu celular, dentro da minha mochila tinha uma câmera, o cara devia estar doido (de droga ou com medo de alguém ver) que correu assim que entreguei meu celular. Ótimo começo de viajem!

Tirando isso, a viajem (que na verdade foi uma aula de campo, uma verdadeira aula de campo) foi ótima!
Pra começar, o caminho da ida bem animado, levando como passageiro extra o fotografo da faculdade.


Imagem retirada do Google Maps. Caminho percorrido (em roxo) 
de Mossoró (ponto B) á Currais Novos (ponto A)

A viajem durou em torno de 2 horas e meia, recheada pela bonita paisagem da Caatinga em seu momento mais verde e alguns momentos de adrenalina (exagerada!) devido aos altos e baixos que a estrada tomava.
 


Fomos recebidos por um guia que nos mostrou o lugar. Entramos em um "trem" e partimos para a mina. Enquanto isso, o guia explicava sobre a criação da mina, os minérios que eram extraídos e as normas de segurança que todo local tem que ter. Recebemos um capacete e seguimos em fila indiana para a entrada da mina. 

"Eu vou!!!" Imitando os sete anões
 (Como sempre, reservando um momento para brincar)


Trensinho - Só faltou a Mônica

O caminho da mina é estreito, mas o suficiente para andar sem ter medo de bater a cabeça no teto. O único cuidado que se deve ter é o de onde você pisa, o chão é molhado e escorregadio por causa da lama, os visitantes e funcionários devem andar sobre uma tábua de madeira (como mostra a foto a seguir). 

P.s. não façam como eu, não usem tênis branco. 
 
Trecho do inicio da mina

Não esta muito nítido, mas esse quadro branco é uma fotografia de trabalhadores 
no inicio das atividades de extração da mina (meados de 1950). 


 Atravessamos trechos permitidos para a visitação. Aprendemos sobre a manutenção e organização dos trabalhos internos dentro da mina e sobre as formas de extração. Como na Gruta de Ubajara tivemos o momento na escuridão... foi sinistro! Como a mina é úmida e meio gelada a tensão de ficar no escuro foi muito legal (xó doida!!!).




Depois que saímos da mina entramos novamente no trensinho e fomos para um lugar onde eles jogam a parte do sedimento não utilizado. Um tipo de duna surgiu com o depósito e acúmulo desses sedimentos. 
Na minha opinião um impacto ambiental bem grande por soterrar/desmatar a vegetação e de poder reutilizar esses sedimentos a procura de outros minerais como o ferro, que é bastante presente.

E a natureza luta pela sua sobrevivência



Logo em seguida fomos para o local onde tratava do processo de separação dos minerais.Aprendemos sobre o processo de separação e de purificação do mineral, além de descobrir a finalidade da preciosa Scheelita: utilizado em aplicações eletrônicas e nas pontas das canetas esferográficas.